Minha história com ele começou um pouco antes da pandemia. Tive contato com o nome pela primeira vez pelo usuário no Twitter de um amigo meu. Fiquei curioso para conhecer o artista, mas não tive tanto interesse para pesquisar na hora. Depois de anos, chegou a pandemia e aí sim tive meu primeiro contato com Donald Glover assistindo Community. Passados alguns meses pesquisando sobre Childish Gambino, descobri que ele e Donald Glover eram a mesma pessoa.
Durante o período pandêmico, me aprofundei mais na carreira dele. Comecei ouvindo pela primeira vez a versão antiga de Algorythm, quando o álbum 3.15.2020 ainda estava disponível — álbum esse que, durante bastante tempo, foi a única coisa que eu escutei. Até pensar em ouvir outros projetos dele. O segundo foi Awaken, My Love!, do qual fiquei viciado; as músicas — “Riot” e “Boogieman” — foram as que mais me marcaram, junto com “Redbone”. A partir daí, comecei a ouvir toda a discografia dele. Praticamente todos os dias dava play no perfil do artista e ia jogar com meus amigos até dormir. Cada faixa me fazia sentir como se eu estivesse na rua, mesmo trancado em casa nesse período que eu descobri que amo ficar deitado na cama ouvindo música baixinho, até surgir uma que me fizesse aumentar o volume, faço isso até hoje e a primeira música do dia a aumentar o volume do meu celular ganha um compartilhamento no WhatsApp.
“I. ’the Party’” me fez relembrar os tempos em que eu costumava ir às sociais que meus amigos faziam. O instrumental de “Redbone” me deixava triste e, ao mesmo tempo, me permitia enxergar beleza no dia bonito que fazia em Guarará. Lembro de ouvir 12.38 e me questionar se eu podia escutar “an experimental R&B track that has Gambino singing about an escapade with a girl, and what their journey entailed” usando Kenner e jogando bola, enquanto fazia exatamente aquilo sobre o qual eu tinha dúvida se era de bom tom.
Depois de algum tempo, Donald Glover lançou um álbum para a tracklist de Swarm. Ouvi-o algumas vezes, mas não me apeguei muito ao projeto, mesmo que ele tenha alcançado top 1 ou top 2 nos meus charts.
De toda a discografia, Because the Internet e 3.15.2020 (atualmente Atavista) se tornaram álbuns principais na minha vida — discos que eu recomendaria para alguém que queira me conhecer. Tenho um apego enorme às memórias que essa discografia me traz. Childish Gambino não é meu artista favorito, mas falo sem remorsos que ele tem uma das melhores discografias que já ouvi, acredito que está no top 3, mas com certeza é a mais especial de todas.
Donald Glover é alvo de muitas polêmicas por seu estilo de trabalho; dizem que ele é um homem difícil, mas não o conheço bem e só consigo tecer elogios à sua carreira musical recém-encerrada.
Não citei o último álbum porque pretendo falar sobre ele em outro momento — uma obra-prima também!